Um mundo mágico, cheio de criaturas antropomórficas, com fantasia, ação e aventura. Isso é o que te espera nessa trilogia de livros. O terceiro livro está em financiamento no catarse pelo P. J. Acácio, um cara que além de escritor, está com um canal no youtube sobre rpg solo.
Junto com o livro, de literatura, ele lançou também gratuitamente um RPG Solo! E é sobre esse que vamos tratar aqui. O jogo pode ser adquirido na página do projeto.
O RPG é bem simples, inspirado nos jogos minimalistas e no Dominus, mas diferente o bastante para ser um sistema independente, ele trás nas 24 páginas além das regras do jogo, muito conteúdo sobre o mundo onde se passa a trilogia.
Você interpreta um personagem que está numa jornada pessoal tentando conseguir algo ou alguma coisa. Narrando cada dia e descobrindo os acontecimentos através de tabela, você vai escrever um diário que forma quase um conto literário no final do processo.
Uma das mecânicas mais interessantes desse jogo é que ele tem um tempo de duração definido no começo da jornada. Isso dá uma sensação boa de “dever cumprido” ao jogar o jogo, por que você pode terminar aquela história e ir pra outra coisa. Mas ainda assim o jogo te dá opções de progressão ao completar as jornadas.
O jogo também tem tabelas para gerar personagens não jogadores e bastante itens para compara com seu dinheiro inicial ou que juntar durante a jornada. Com mapas bem ilustrados e bastante descrição dos locais do jogo, o material é um prato cheio pra quem curte esse tipo de ambientação.
Mas chega de falar do jogo, vamos de Jogatina!
Quem é você?
Timothy Duran, originário da Esbósquia. Parecido com um Urso Marrom.
“Parece um peixe”(+1 pra nadar). – Como ele cresceu nos portos da Esbósquia, ele sempre nadou muito bem, para ajudar a atracar o barco de pesca do seu pai.
“Bon-Vivã”(-1 para coisas baratas e simples) – Crescendo como um filho de um mercador bem sucedido, ele não tem muito conhecimento do que é a vida real. Sempre teve do bem e do melhor, por tanto não sabe lidar com as coisas do dia-a-dia.
Dinheiro inicial: 10 moedas apenas. (tirei 1 no dado!)
Porque está vagabundeando?
Eu “Perdi Tudo”, Preciso “de Ajuda”, Porque “Não quero voltar”.[3, 5, 3 nos dados]
O pai de Timothy sempre fez de tudo para que os problemas financeiros não chegassem ao filho. Mesmo atolado em dívidas, o pequeno Timothy sempre teve de tudo do bom e do melhor. Até que os agiotas chegaram no escritório dele, e fizeram um ultimato: “Ou você paga o que deve, ou seu filho vai trabalhar conosco.”
Não querendo envolver seu filho com os negócios escusos dos agiotas, ele deu um pouco de grana pro garoto e mandou-o para viver com seu tio, em Vila Velha. Mas para isso, a primeira perna da viagem é atravessar até Vaarthem, no pais de Smir’Kov.
Essa parte da jornada vai durar 5 dias.(Rolei 3 no dado, +2, da regra do Dia a Dia).
Dia 1
Desafio: Já tenho o local. É o porto. Timothy quer tentar embarcar em um navio, mas como está com pouquíssimo dinheiro, ele tem que dar um jeito de entrar de outra maneira. (Rolando no banco de idéias, tirei: “Objeto/Roubar/Prazer”.)
Uma senhora está embarcando uma grande bagagem, e Timothy pensa que pode ser uma boa tentar passar uma lábia nela e embarcar junto com a sua bagagem.
Usando seu carisma, ele aborda a senhora e pergunta se tem mais alguma bagagem que ele pode pegar para ela. (Eu: 5, Desafio: 2, passei tranquilamente.). Ela aponta para uma grande maleta, que ele prontamente carrega, e sob supervisão dessa senhora embarca no navio. Acompanhado de uma passageira, ele não tem problema em zarpar com o navio.
Quem era essa senhora? (Felina/Arrogante/Neutra/Amor). Lady Catherine Stem, recém divorciada, está indo para Smir’Kov em busca de um novo pretendente.
Ele conversa com ela e obtém essas informações enquanto carrega sua bagagem para uma das cabines.
Ela se afeiçoou bastante por ele, ele sendo um bon-vivant, conseguiu falar sobre as coisas boas. Ela riu bastante e achou ele muito bem vivido para um menino de convés. Ele dá boa noite para Lady Catherine e procura um lugar para passar a noite.
O navio está muito cheio?(5, não). Vou tentar abrir uma fechadura de alguma das cabines vazias. (5 contra 2, tranquilo).
Dia 2:
No segundo dia, a fome já começa a apertar. Eu tenho que procurar na cozinha por alguma comida. Qual a reação do cozinheiro? Hostil. Ele nunca me viu por aqui, e eu pareço bem maltrapilho para um navio de passageiros.
Tem algum marujo/maruja mais amigável perto da cozinha? Sim. Uma pequena cabrita que estava passando por ali me vê sendo enxotado pelo cozinheiro e me oferece uma maçã.
Ela diz que seu nome é Becky, e pergunta se eu sou novo por aqui. Falo que embarquei em Baglim. “Estranho, não lembro de termos pego mais tripulação ali. Você não é um clandestino, né?” “Não, não. Sou só um novato mesmo.”(Desafio 3 contra 2, ela acredita em mim.) “Que pena, ia achar o máximo se você fosse um clandestino. Sempre quis acobertar um.”
Passo o resto do dia acompanhando ela nos afazeres. Ela me apresenta para os vários membros da tripulação, e eu tento não fazer muita burrice nesse meu primeiro dia. (6 no meu dado, contra 1 no dado do desafio. Mesmo com -1 do meu traço negativo, passo com folga.) O dia foi tranquilo. Descubro que o mar está bem calmo e que o capitão ainda está de ressaca da noitada de bebedeira no porto, portanto ele não encheu muito o saco das pessoas e isso deixa o trabalho tranquilo.
A noite, no jantar, vejo de longe a Lady Cath conversando com outros passageiros. Becky percebe e pergunta qual minha relação com ela. Eu me faço de desentendido.
Agora não posso mais dormir na minha cabine, vou dormir com os marujos. Passo na cabine e vejo se tem alguma coisa de valor antes de ir para o nível inferior. (1- ferramenta, 4- única). Eu encontro um Astrolábio antigo. Parece ser valioso, mas não tenho certeza. Deve ter sido deixado aqui por algum passageiro por acaso.
Pego minhas poucas coisas e vou para o nível inferior do navio.
Dia 3:
(Observação: caramba, estou tendo muita sorte nos dados! Só tranquilidade até agora.)
(Desafio: Objeto/Roubar/Frustação) Limpando o convés, sou abordado por Lady Catherine! Ela está em prantos! Ela me conta que algumas de suas joias foram roubadas!
Eu tento acalmar ela. E prometo que vou procurar o culpado. Becky sorri enquanto me vê indo para a cabine dela procurar pistas. É claro que ela está pensando que eu tenho algo com essa senhora.
Chegando no seus aposentos, Catherine me mostra onde foi que notou a falta. “Você é o único em que eu posso confiar”. Eu procuro por pistas. (5 contra 4). Eu noto uma pena de pássaro sob a cama! Uma ave esteve por aqui.
Eu converso com Catherine e bolo um plano. Mostro para ela o meu Astrolábio, e falo para ela se gabar dele no jantar, falando como ele é o seu pertence mais caro. Ele realmente parece bem valioso. Enquanto isso, eu ficarei de tocaia aqui, para tentar pegar quem quer que seja esse ladrão misterioso.
Lady Catherine fica muito empolgada com o meu plano e querendo que ele funcione, parece nem se lembrar das Jóias roubadas. “Que divertido! É quase como se estivéssemos naqueles livros de aventura!”
Eu deixo ela no quarto e vou contar para Becky dos planos da noite. Becky está um tanto irritada comigo, já que ela acabou tendo que fazer o trabalho por dois hoje enquanto eu “inventava roubos imaginários com Lady Catherine”. Mas eu consigo convencer ela a me ajudar a ficar de tocaia? (4 contra 3). A muito contra-gosto, ela aceita me ajudar.
Durante o jantar Lady Catherine mostra a todos o Astrolábio e com muitos “oohhhs e uhhhh” da platéia, ela fala que é um dos seus bens mais valiosos.
Eu faço um sinal para Becky e saímos mais cedo para irmos se posicionar na nossa tocaia.
Dia 4 (madrugada)
Lady Catherine veio guardar o seu Astrolábio e volta para o salão de convivência com os outros passageiros. Uma isca perfeita.
Depois de um tempo, vemos ele: o Cozinheiro, uma Gaivota. Com um garfo ele procede em arrombar a porta da cabine. Eu faço um sinal com a cabeça para Becky deixar ele fazer isso. Quando ele volta do quarto com o Astrolábio debaixo da asa, eu pulo e o confronto.
“Seu pássaro velho! Onde estão as jóias da Lady Catherine?!”
Ele foi pego com a mão na botija. Não tem como se defender. Mas ele tenta me atacar com uma faca! (2 contra 3! Ele me feriu! Mas é um ferimento leve.) Com a ajuda de Becky consigo imobilizar ele.
“Seu pássaro de mãos leves! Seus dias de infernizar os marujos estão acabados!”
Levamos ele ao capitão. Mas isso significa que ele vai descobrir meu disfarce.
O Capitão é um Urso velho. (Zangado, Neutro e motivado pela Lealdade).
Eu conto tudo para ele, e corroborado por Becky e Lady Catherine, ele escuta.
“Veja bem rapaz, Becky está certa. Não embarcamos nenhum marujo novo no seu porto. Mas pelo que as meninas me contam, você é um bom rapaz. Então por isso, vou deixar você desembarcar no próximo porto. Mas continue os seus afazeres. E ajude na cozinha, já que você prendeu o nosso cozinheiro!”
O resto do dia eu tive que ajudar na cozinha. (6 contra 4, -1 pelo meu bon-vivant). Foi suado, mas eu consegui fazer tudo que me pediram. Ao final do meu turno, Becky estava me esperando para conversar. (Assunto: dívida).
“Bom Timothy, você agora é oficialmente um marujo. Pelo menos até o próximo porto. Quero agradecer por ter me ajudado com tudo.”
“Eu que agradeço, Becky. Você foi uma ótima amiga, não sabe o quanto eu estava com fome quando dividiu aquela maçã comigo.”
“Eu adorei passar esse tempo contigo. Você tem tudo para ser um ótimo marujo. E agora você tem uma dívida comigo, que quero que pague.” Ela se aproxima e me beija.
Dia 5.
O último dia da viagem. Eu tenho que descer no próximo porto. A viagem foi ótima. Depois de acabar com os planos nefastos de um cozinheiro malandro, eu ainda tive uma ótima noite com Becky.
No convés do navio, me pergunto quais outras aventuras me aguardam nessa terra distante.
Lady Catherine vai descer nesse porto também. Ela diz que eu posso continuar acompanhando ela, que ela gosta da minha companhia.
Eu tento convencer Becky a ir conosco também.(5 a 5, mas eu tenho -1 de bom-vivant).
“Nem pensar, seu urso bobo. Eu tenho minha vida aqui no mar. Odeio passar mais que alguns dias em terra firme. Foi ótimo poder viver essa aventura, mas vai lá. Lady Catherine ainda te espera. E você tem que conseguir juntar grana para pagar as dívidas do seu pai!”
O Capitão me oferece um aperto de mão “Obrigado, meu rapaz. Se precisar de trabalho, o convés do Loba-do-Mar está sempre a sua disposição.”
Eu agradeço e pego as coisas de Lady Catherine nos braços. Ela vai na minha frente e eu sigo seu andar felino com os olhos. Ela está buscando novos pretendentes. O que eu posso oferecer a ela além de minha companhia e meus músculos?
… Fim!
Muito legal a história. E curti bastante o sistema inspirado no Dominus também.
SENSACIONAL!
Meu amigo, eu amei, AMEI! Esse conto, cara, fiquei sem palavras!
Reli hoje, continua muito bom mesmo depois de tanto tempo.
Então, Ratoruja!
Parece que não tem como acessar mais o arquivo desse jogo no seu linktree? Ou eu que não consegui?
É um bom jogo 🙂
Ele não era pelo Linktree, era do Financiamento da Trilogia dos vagabundos, mas acalme-se, pois em breve trarei novidades para esse sistema… De primeira mão digo a você: vai sair um Guia de Viagem para Vagabundos (uma versão maior do guia de bolso)
Li de novo, sei que já faz tempo, mas ainda continua sensacional!