Bom, agora que eu fiz algumas sessões de exemplo, vou gastar meu artigo do dia para falar sobre algumas dicas de como jogar solo, e como o sistema Dominus ajudou nisso.
Quando jogar RPG solo, você precisa de duas coisas: um emulador de mestre, e um sistema de regras. Dominus faz os dois papeis. Mas você pode usar outros sistemas em qualquer uma das partes, como no lado do mestre: Mythic GM Emulator, Impetus, CRGE. E do lado do sistema de rpg pode ser qualquer um, qualquer sistema de rpg mesmo: gurps, d&d, 3d&t. Tudo dá pra jogar solo.
A primeira coisa que você tem que fazer é entender que ao jogar solo, você vai ter que fazer os dois papeis: de mestre e de jogador. No papel de mestre, você vai dizer verdades sobre o mundo, o cenário, a ação, etc. Sim, verdades: o que você definir é verdade. Você pode usar um emulador de mestre para tentar misturar as coisas, mudar a direção da história, etc. Mas no final você ainda é o mestre. E se você quer que algum elemento entre na história, você vai poder adicionar ele no jogo.
No sistema Dominus, quando você cria uma cena, você tem apenas alguns elementos: um local, um evento ou personagem. Definir como e quando esses elementos entram em cena, é seu papel de mestre. O Dominus tem um apetrecho legal que é o banco de idéias. Você pode jogar nele quantas vezes quiser, a qualquer momento, para te ajudar a criar a cena e enroscar os elementos na cena.
Por exemplo, na cena três, quando o Esquill e o grupo entraram na masmorra eu não rolei local: a cena progrediu naturalmente para dentro da masmorra que eles estavam investigando. Rolei um personagem: “um mercador”. Não entendi o que é que o mercador estava fazendo ali dentro, mas beleza. Rolei no banco de idéias buscando uma qualidade para a masmorra: “Enfurecida”. E isso foi o estalo que eu usei para criar todo o plot da minha aventura: um fornecedor de armas estava aliado com um necromante para criar armas usando zumbis amaldiçoados.
Eu poderia ter estendido aquela cena, feito os diálogos, visto se o cara tentava mentir ou não, etc. Mas como mestre resolvi resumir tudo isso e só aceitar que o que o cara disse era verdade. Ele estava arrependido. E meu horário de almoço estava acabando.
Como personagem, jogando solo, você sempre deve pensar o que ele faria, agir como ele. As vezes, num jogo narrativo como Dominus, você ainda não conhece muito bem o personagem na primeira cena. Mas você pode tomar um tempo antes para delimitar os poderes e fraquezas dele. Eu resolvi ignorar isso: Esquill é um mago iniciante, porém deixei bem aberto o que isso significava e os poderes dele, porque queria dar bastante liberdade. Ele tem magias de levitação, prender pessoas e agora uma magia de ataque. Nada que um aluno formado de Hogwarts não pudesse fazer(bem menos, na verdade).
Se você jogar com um sistema mais fechado, “gamista”, fica mais fácil essa parte de determinar o que seu personagem pode ou não fazer. A ficha de personagem e o tom de um sistema definem bastante bem os meios que ele tem para superar desafios. Eu pessoalmente, gosto mais da liberdade narrativa, mas isso é pessoal, e nada é mais pessoal do que RPG Solo, você pode literalmente fazer o que quiser.
E é isso, jogar RPG Solo é basicamente usar dois chapéus: de mestre e de jogador e deixar (algumas) decisões de GM para os dados, assim como você deixaria se estivesse mestrando para um grupo usando tabelas aleatórias e geradores de encontros.
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